Como todo começo de ano, eu (e 99% das pessoas esperançosas e otimistas desse mundo) faço uma lista das coisas que quero realizar e que ainda não foram feitas. A lista é sempre enorme e vários itens se repetem ao longo dos anos porque, né?… quando a gente piscou o olho esquerdo já era dia dos pais, e quando piscou o direito o Roberto Carlos já estava lá todo pimpão de branco cantando na TV, fazendo minha mãe chorar… ou seja, o ano passou e você fez o quê? Não viu… não realizou nem 10% da listinha…
E esse ano a listinha foi um pouco mais ambiciosa e trouxe um sonho da adolescência: aprender violão. Sim, porque “cool” na época de colégio era ser esportista (o que eu era), ser monitora das viagens (o que eu era), ser amiga da galera (o que eu também era). Mas o que era super super cool, era ser tudo isso e ainda tocar violão (PEEEEEEEÉ…). Eu não tocava, mas ficava babando naquele monitor que tocava na viagem, com todo mundo em volta… super me imaginava como protagonista daquela cena, mas eu era somente uma espectadora entoando alguns lálálás…
E foi então que esse ano eu resolvi agir rapidamente na minha lista e em fevereiro eu estava lá, na Rua Teodoro Sampaio em pleno feriado, na única loja que estava aberta:
“Moço, quero um violão bom e barato, nunca toquei nada. Quero elétrico e com corda de nylon (informações cedidas por amigos experientes)”.
“Gosta desse?”
“Sim, quanto?”
“ 600 pilas”.
“Quero, divide?”.
“Sim, quer paleta?”
“Sim” (erro 1 – pra quê?).
“Quer capa?”
“Não” (erro 2 – economia burra).
Pronto. Simples.
(olha eu e meu Tagima abaixo! Não to tocando nada, mas to me achando! )
E na mesma semana lá estava eu na escola de música com meu violão novo embaixo do braço. O que eu posso dizer sobre isso? Que tocar violão tá tão complicado quanto as aulas de física. Que eu achei que ia sair tocando na primeira aula (pelo menos era isso que minha ansiedade esperava) e que já foram 2 meses de aulas e eu mal saí do DÓ RÉ MI…. eu não toquei um mísero acorde. Eu mal consigo entender as notas, os graus, os arpejos e harmonias… é matemática pura, é lógica. E eu só entendo a minha lógica que, pelo jeito, não é a mesma lógica do gênio que inventou o instrumento.
Tudo seria mais fácil se eu trabalhasse menos e treinasse todo dia. Se quando eu tivesse tempo, ao invés de pegar o controle remoto do Netflix eu pegasse meu lindo “Tagima”. Mas enfim, tô fazendo no meu tempo e do meu jeito, para desespero e paciência do meu professor Leo.
Agora ele pediu pra eu tentar a música Trem-Bala da Ana Vilela que é facinho. O problema é que essa é a música mais linda do planeta e é só eu ouvir que eu choro, e tentar tocar que é bom, nada…
Maaaassss…. me aguardem! Porque eu sou brasileira e não desisto nunca! Juro que vou riscar esse item da minha “bucket list”, senão não me chamo Ana Ferrari.
P.s – olha abaixo, tenho até plateia! 🙂
